Rose Souza, sócia da Companhia de Idiomas e da Verbify dá três dicas, a partir de imagens sobre como aprender mais e melhor.
Eu coleciono imagens há alguns anos. Elas me ajudam nos cursos que conduzo, nas mentorias, nos encontros que conduzo, e podem ajudar você a se inspirar, e ser uma pessoa que aprende qualquer coisa com facilidade. Não importa se você está aprendendo engenharia de prompts pra IA generativa, a cozinhar, a falar um idioma ou a dançar. Se você levar esses três aprendizados, a jornada vai ser mais fácil.
-
Vá devagar, mas dê passos todos os dias
A gente tem pressa, porque tem concorrência, porque tem ansiedade, porque teve uma educação que não valorizava as pausas. Ou até porque tem uma visão de mundo que diz que não temos tempo a perder. Independentemente da razão, justamente porque temos pressa, não respeitamos o processo. Muitas vezes conseguimos resultados rápidos – e a tecnologia tem nos ajudado muito nisso. Nos anos 80, nossas mães que trabalhavam além de cuidar da casa tinham pressa, né? Porque, muitas vezes sozinhas, tinham de dar conta da casa e dos filhos também. Aí os alimentos ultraprocessados tomaram força. O microondas surgiu e ajudou muito. Os refrigerantes. Por causa da nossa falta de tempo, da nossa pressa, muitos não aprenderam a cozinhar. E alguns hoje precisam de uma comida caseira, pra reconquistar a saúde. Sem culpas ou julgamentos, temos de dividir tarefas de outro jeito, pra conseguir voltar a ações mais trabalhosas, mas mais saudáveis, sem extremos.
Não aprender a dirigir, porque afinal temos Uber, é uma decisão parecida. Não aprender a calcular de cabeça porque temos calculadora. O fato é que não aprender porque encontramos uma solução rápida parece algo ótimo. Mas é justamente o processo, é o tentar, o errar, o aprender e tentar de novo, tudo isso é o que treina o nosso cérebro e a nossa autoestima. Já pensou que podem ser os treinos que nos fortalecem física e emocionalmente, e não necessariamente o resultado rápido? Assim, ter pressa para querer o resultado rápido pode atrapalhar. Mas ter rumo, saber pra onde se quer ir, e caminhar todos os dias nessa direção vale pra muita coisa na vida. Sem extremos, acolhendo a imperfeição como parte do processo.
Quer saber mais sobre gestão de tempos e hábitos? Esse artigo é sobre aprendizado de inglês, mas tenho certeza de é útil para qualquer jornada de aprendizagem!
Veja 7 dicas para aprender inglês sem perder sua saúde mental
-
Desapegue-se de elogios e traga o não-saber com leveza pra vida
Se queremos acompanhar e até estar à frente do nosso tempo, é hora de acolhermos o desconforto causado pelas etapas iniciais de qualquer processo de aprendizagem. Se eu quero aprender a tocar violão, só começo a aprender quando saio da minha zona de conforto que é tocar piano. É difícil, porque gostamos do elogio, do estar em um lugar de especialista, do ego nutrido quando percebemos que sabemos algo. E quando nos viciamos nisso, começa a obsolescência, porque não mais aprendemos. Não queremos nos sentir incapazes. O problema é que aprender é uma sequência de cair-levantar, errar-acertar, deixar queimar o arroz, desafinar, deixar o carro morrer, errar a pronúncia – tudo isso faz parte do processo de aprender, e nunca deveria nos fazer desistir. A gente não aprendeu a rir de nós mesmos nessa hora – e, dependendo das pessoas com quem convivemos, a gente não tem apoio, se sente inferior, e acaba desistindo. Mudamos de rumo tantas vezes, porque desistimos por não sabermos acolher o desconforto do aprendiz.
Se quiser saber mais sobre competição na aprendizagem, veja esse artigo:
A competição ajuda ou atrapalha sua aprendizagem?
Seu desafio é, da próxima vez que se sentir aprendiz, rir de si mesmo e perseverar.
Me conta: isso é tranquilo pra você, ou é muito difícil?
-
Identifique e Reduza os Excessos
Ao começar a escrever sobre essa imagem, me lembrei daquela frase: “Quer adquirir conhecimento, adicione coisas todos os dias. Quer adquirir sabedoria, elimine coisas todos os dias”. Um jeito de viver que ajuda é sempre aprender mais sobre decluttering, housekeeping, essencialismo e tudo que nos inspira a não viver pra comprar coisas. Deixar a vida mais simples abre espaço na mente e no dia, pra tudo o que mais importa. Essa imagem é usada por mim quando quero falar sobre Gestão do Tempo, aplicada à aprendizagem. Ela tem alguns hábitos nocivos, como julgamentos e perfeccionismo. Perdemos muito tempo do nosso dia precioso comentando o quanto as pessoas são imperfeitas. E perdemos tempo também deixando uma parte da vida ultra perfeita enquanto várias outras estão se deteriorando. Isso atrapalha a aprendizagem, porque se julgamos as pessoas aprendizes, elas desistem. Se nos julgamos, desistimos. Se quisermos a perfeição e não acolhermos o processo imperfeito que é aprender, desistimos. E aí, nunca somos realmente bons em nada.
Mas nessa imagem tem também muita coisa boa! Vida espiritual, sono, trabalho, amigos, família, redes sociais, atividade física, notícias… Qual o problema então? O excesso delas. Conceito parecido com o efeito do perfeccionismo. Se ficamos quatro horas na academia todos os dias, ou quatro horas limpando a casa, o que pode acontecer com outros aspectos da nossa vida, se também trabalhamos oito a dez horas por dia? Fazer um novo design da vida, deixando tempo para cada coisa que importa, mesmo que 30 minutos, faz muita diferença.
Quer aprender um idioma ou qualquer outra coisa?
- Vá devagar, mas dê passos todos os dias
- Desapegue-se de elogios e traga o não-saber com leveza pra vida
- Identifique e Reduza os Excessos
E aqui tem mais um artigo meu, publicado na coluna da Exame.com:
Quatro dicas para você aprender o que quiser
Rose Souza é a criadora e sócia da @companhiadeidiomas e da @verbify.oficial. Graduada em Letras/Tradução/Interpretação, MBA/FGV e PÓSMBA/FIA. Arquiteta de Aprendizagem Auto Dirigida, Designer de Conexões. Designer de Cultura de Aprendizagem, Praticante de Estruturas Libertadoras. Pós graduanda em Neurociências e Comportamento Humano, pela FAAP.
Pesquisadora, mentora e professora de temas como Arquiteturas de Aprendizagem, Aprender a Aprender, Cultura de Aprendizagem nas Organizações e Liderança. Conselheira, mentora e coordenadora voluntária do Projeto Impúlsar da NTT DATA.
Quer falar com ela? rose@companhiadeidiomas.com.br ou instagram @rosefsouza_