Todos os dias eu me pergunto:
O que eu não estou vendo?
Tenho medo de achar que estou contribuindo para a disrupção, e na verdade estar apenas fazendo algo como
“juntando gente boa pra produzir DVDs cada vez mais bacanas, com processos mais simples, a um custo menor. E me empolgar tanto com tudo isso, a ponto de não perceber que as pessoas não estão comprando DVDs há bastante tempo.”
“Nós somos muito bons em fazer coisas velhas e familiares mais rápido ou em fazer as coisas erradas melhor.”
(Olli-Pekka Heinonen e Hermanni Hyytiälä)
Recentemente colocamos este post no perfil do instagram de uma das minhas empresas, a @verbify.oficial. A frase tem a ver com gestão, com liderança, e também tem a ver com… APRENDIZAGEM.
A aprendizagem incremental é aquela que nos possibilita melhorar o que fazemos, que adiciona informação e conhecimento. É quando aprendemos técnicas e até simplificamos processos. Parece bom, e é.
O problema é que nos tornamos especialistas dentro de nossas bolhas (das a´reas, da empresa, do segmento). Dentro da bolha, por vivermos mais ou menos as mesmas coisas, concordamos umas com as outras, pensamos meio parecido, nos apoiamos e nos fortalecemos nas nossas “certezas”. Se discordamos, chegamos a um consenso. Temos ideias, aplicamos, ajustamos – mas não percebemos que nosso foco estreito e aprofundado, nosso apego ao que nos é familiar, nossa relativa preguiça, potencializada pela falta de tempo de quebrar tudo e construir outra coisa, tudo isso junto, nos faz acreditar que estamos construindo algo incrível. Só que não.
A aprendizagem transformacional é aquela que nos possibilita identificar e repensar o que estamos fazendo.
Quando temos um ambiente que nos estimula a esse tipo de aprendizagem, vem uma coragem não sei de onde, para propor novas rotas, para fazer novas conexões, para testar o que antes era só teoria.
Vem uma vontade genuína de mudar a vida, de pivotar, de construir e não só reformar. É quando nos desapegamos de crenças, sentimentos, atitudes, ações, produtos, mercados, certezas, pessoas, abrindo espaço de acolhimento interno para:
– descobertas
– sentimentos diversos que antes eram rejeitados
– atitudes corajosas que antes eram tolhidas ainda no pensamento
– incertezas que antes eram consideradas fraquezas profissionais,
– pessoas que chegam em nossa vida, como resultado de incríveis coincidências
O ambiente pode contribuir. Mas a aprendizagem transformacional só ocorre quando nos conectamos com nosso APRENDIZ INTERNO, que nasceu com a gente, mas que foi sendo sufocado por tantos comandos, controles e expectativas externas.
Como resgatar e fortalecer esse aprendiz em nós, e nas pessoas à nossa volta?
Vi um post no perfil do @eddyaugusto, que representa um pouco essa ideia:
“Sabe quando um trem está lotado e ainda assim as pessoas estão tentando entrar, enquanto outras precisam sair e não conseguem? Aprendi que até pra liberar espaço, é preciso de espaço.”
Como você se esvazia, libera espaço no seu “HD”?
Nas mentorias que conduzo com profissionais de RH, T&D, L&D, refletimos sobre as arquiteturas de aprendizagem que facilitam, e as que atrapalham a aprendizagem incremental e a transformacional.
Tentamos responder a perguntas como^:
Como você acolhe a aprendizagem incremental, buscando também a transformacional?
Como você cria iniciativas de aprendizagem transformacional em sua empresa?
Que em 2023 nós saibamos criar e nutrir iniciativas de aprendizagem nas nossas vidas e nas organizações onde trabalhamos.
Escrito por Rose Souza para a revista VOCÊRH.
Rose Souza rosefsouza_
Fundadora e sócia-diretora da @companhiadeidiomas e da @verbify.oficial. Paulistana, empreendedora, professora e mentora. Hoje mora em Canela/RS, administra suas empresas, Companhia de Idiomas e Verbify, com seus times pelo Brasil, e pesquisa temas como Arquiteturas de Aprendizagem, Aprendizagem Ágil, Metodologias Ativas e Gestão. Graduada em Letras/Tradução/Interpretação pela Unibero, Especialista em Gestão Empresarial, MBA pela FGV e PÓSMBA pela FIA/FEA. Master of Learning -MoL. Foi professora por seis anos na Pós-Graduação ADM da FGV, quando morava em São Paulo. Podcaster do PodFalar – Aprender e Ensinar no Spotify. Colunista dos portais Exame.com, Aboutme e Você RH. Mentora voluntária do Projeto Impúlsar da NTT DATA. Quer falar com ela? rose@companhiadeidiomas.com.br ou instagram @rosefsouza_